Relatório sobre atuação da RGE após temporal de janeiro aponta que houve falta de planejamento e de equipes

Relatório sobre atuação da RGE após temporal de janeiro aponta que houve falta de planejamento e de equipes

Foto: Nathália Schneider (Diário)

A Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Rio Grande do Sul (Agergs) divulgou um relatório que aponta falhas nos serviços prestados pela RGE após o temporal que atingiu o Rio Grande do Sul em 16 de janeiro deste ano. Entre os problemas está o tempo de espera para o restabelecimento de energia elétrica. Segundo o documento, divulgado na quarta (3), houve situações em que os consumidores esperaram até 11 dias. 

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No Estado, mais de 700 mil clientes ficaram sem energia elétrica após a tempestade. Na Região Central, o número passou de 50 mil.

“Nota-se uma insuficiência no desempenho da RGE, mesmo tendo uma melhora no ranking, tanto para percentual de interrupções com duração acima de 24 horas (12º pior posição em 2022 para 18º pior posição em 2023), quanto para percentual de consumidores afetados por interrupções com duração acima de 24 horas (10ª pior posição em 2022 para 12ª pior posição em 2023), uma vez que é uma performance bem inferior ao ranking nacional” – diz trecho do documento.

Falta de planejamento

Após fiscalização, a agência reguladora concluiu que o plano de contingência da RGE foi insuficiente para atender as ocorrências durante o evento climático. Além disso, o planejamento existente é genérico e não especifica as ações que podem ser adotadas. 

“Não há estratégia de atuação preventiva diante das previsões de eventos climáticos severos. A atuação tem caráter fundamentalmente reativo ao evento, sem explorar ações preventivas de mobilização de pessoal, materiais e veículos”.

O relatório aponta ainda a ausência de um plano de comunicação com a sociedade, bem como a identificação de contatos a serem acionados. 

Equipes insuficientes

A RGE apresentou uma quantidade de equipes insuficientes mobilizadas para religar as redes elétricas, diz o documento. Outro ponto evidenciado é a falta de capacitação dos profissionais disponíveis, grande parte estava preparado para trabalhar apenas com a manutenção de rede desenergizada. A empresa também não teria mantido um número constante de equipes nas ruas atendendo às ocorrências durante os dias em que a população ficou sem luz no Estado. 

Os fiscais também apontaram um baixo número de veículos de grande porte, os quais possuem maior capacidade para atuação em casos dessa magnitude. 

Por outro lado, o relatório ressalta que a RGE atuou majoritariamente com equipes próprias – e não terceirizadas – e mobilizou já em 17 de janeiro a sua capacidade máxima de operação.

Falhas da CEEE Equatorial 

A Agergs também emitiu um relatório sobre a conduta da CEEE Equatorial frente à tempestade de janeiro. Nesse caso, os clientes chegaram a ficar 12 dias sem luz. 

De acordo com o documento, a concessionária teria tomado decisões baseadas em previsões que indicavam que a região sul do Estado seria a mais atingida, porém, a região metropolitana de Porto Alegre foi a mais prejudicada.

Em relação às equipes, assim como a RGE, a empresa também não manteve uma quantidade constante de equipes. Outro ponto destacado é que a CEEE Equatorial tem levado cada vez mais tempo para religar a luz dos seus clientes.

Punição às empresas

A fiscalização da Agergs constatou que ambas as empresas não agiram em conformidade com o contrato de concessão. Apesar disso, ainda não está definido o que será feito a partir da emissão dos relatórios, uma vez que a agência não é mais a responsável pela fiscalização do setor elétrico no RS. 

O contrato que dava poder de fiscalização e aplicação de sanções se encerrou no último domingo (31). A partir de agora, as 20 distribuidoras de energia elétrica do Estado, entre elas CEEE Equatorial e RGE, estão sob responsabilidade da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

De acordo com os órgãos, após manifestação das duas empresas, eventuais multas poderão ser avaliadas.

Posicionamento

O Diário entrou em contato com a RGE, que, por meio da assessoria de imprensa, afirmou:

“A RGE informa que relatórios sobre eventos climáticos produzidos pelos órgãos regulatórios são documentos de rotina e está em análise pela empresa.”




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